Revista Casa Marx

Isso também é Pão e Rosas companheiras: contribuições para os debates sobre feminismo e marxismo

Luiza Eineck

Estudante de Serviço Social na UnB.

Marina Estrela

Estudante de Letras da UFRN.

Neste 8 de março, o Pão e Rosas preparou um Dossiê especial com indicação de artigos, cursos, podcasts, livros, e muitas outras ferramentas que elaboramos para difundir as ideias do marxismo ligadas à construção do feminismo socialista.

Pão e Rosas é uma corrente feminista socialista internacional, impulsionada pelos partidos que integram a rede internacional La Izquierda Diario (Esquerda Diário) e a Fração Trotskista – Quarta Internacional em 14 países. No Brasil, é impulsionado pelo Movimento Revolucionário de Trabalhadores (MRT) e por mulheres e LGBTQIAPN+s independentes.

O Pão e Rosas promove suplementos teóricos, podcasts e videocasts, cursos gratuitos, debates com intelectuais e ativistas feministas de outras tradições e correntes, publicações de artigos, revistas e livros, centros culturais e outras iniciativas, com uma perspectiva marxista revolucionária. Neste dossiê queremos indicar algumas destas iniciativas para mostrar a necessidade de construir um feminismo socialista, anti-imperialista e antirracista que vá para além do 8 de março.

Podcast: Isso é Pão e Rosas, companheiras!

Revista: Feminismo e Marxismo

O 8 de março é um dia histórico e de luta internacionalmente para as mulheres. Muitos gostam de apagar da história que foi um dia proposto pelas feministas socialistas, em especial, por Clara Zetkin. Em 1910, realizou-se em Copenhague, na Suíça, a Segunda Conferência Internacional de Mulheres Socialistas, onde os principais debates foram sobre o voto feminino, a proteção social das mães e a necessidade de estabelecer uma relação mais forte entre socialistas de diferentes países. Lá, as delegadas alemãs Clara Zetkin e Kate Duncker propõem a seguinte moção: “De acordo com as organizações políticas e sindicais do proletariado, as mulheres socialistas de todas as nacionalidades organizarão um dia especial da mulher em seus respectivos países, cujo objetivo principal será promover o direito de voto para as mulheres. Será necessário debater essa proposição em relação à questão das mulheres a partir de uma perspectiva socialista. Esta comemoração deve ter um caráter internacional e será necessário prepará-la com muito cuidado”. Nos anos seguintes, mulheres de diversos países começaram a sair às ruas no dia 8 de março, assim estabeleceu este dia.

Podcast: Lutadoras: Clara Zetkin

Artigo: 8 de março, dia de que?

Nosso podcast e videocast Feminismo e Marxismo possui o maior catálogo de feminismo e marxismo em Podcast do Brasil, disponível em todas as plataformas digitais. Conheça aqui.

Em 8 de março de 1917 (23 de fevereiro, segundo o antigo calendário ortodoxo russo), os trabalhadores russos comemoraram com manifestações, greves e motins pelo pão, pela paz e contra o regime czarista: uma centelha que, em meio às agruras da a Primeira Guerra Mundial, começou a revolução com a qual a classe trabalhadora tomou o poder oito meses depois, sob a liderança do Partido Bolchevique. “Nunca passou pela cabeça deles que o Dia da Mulher pudesse se tornar o primeiro Dia da Revolução”. Assim começa um dos capítulos da História da Revolução Russa, escrito por Leon Trótski. Não há emancipação definitiva das mulheres e de todos os oprimidos se não mudarmos esse sistema pela raiz e lutarmos por uma sociedade comunista, livre de exploração e opressão!

Podcast: Série Revoluções: A Revolução Russa e as mulheres

Curso: Revolução Russa – Mulheres na luta pelo comunismo

O Pão e Rosas também é parte de impulsionar uma editora militante e independente, as Edições Iskra, que conta com um catálogo de diversos livros sobre Feminismo e Marxismo, como “Precarização tem rosto de mulher”, “Mulheres Negras e Marxismo”, “Nós mulheres, o proletariado”, e muito mais. Conheça nosso catálogo aqui.

Em 2023, publicamos simultaneamente em alguns países, o livro Mulheres, Revolução e Socialismo, organizado por Diana Assunção e Josefina Martínez, que é o maior compilado de textos marxistas sobre a questão de gênero e da mulher em português, contando com textos de Marx, Engels, Rosa Luxemburgo, Clara Zetkin, Alexandra Kollontai, Lênin. Trotsky, e muito mais, e com traduções inéditas de textos em português. Leia o prefácio aqui e acesse o curso gratuito do livro aqui.

A luta pelo feminismo socialista no Brasil e no mundo hoje passa pelo enfrentamento à extrema direita em todo o mundo como de Trump, os capitalistas e sua política anti-imigrante que atinge com mais força as mulheres. Bem como a luta em defesa do povo palestino e contra a política colonialista e imperialista dos EUA e Europa, que financiando o Estado sionista de Israel. Essa é uma batalha incessante que nós do Pão e Rosas viemos dando internacionalmente.

Declaração internacional do Pão e Rosas: Vamos enfrentar Trump, o imperialismo e os seus aliados! Lutemos para frear o ajuste, os ataques contra as mulheres, trans e migrantes e por todos os nossos direitos!

Videocast: As mulheres na luta palestina

Participamos de cada greve, luta e molibilização das mulheres da nossa classe, do movimento feminista, das mulheres e da diversidade sexual, lutando para dotar, cada uma de suas lutas, de uma estratégia para vencer. Isto é, em sentido contrário às burocracias sindicais ou às próprias burocracias dos movimentos, que utilizam nossas lutas e nossas reivindicações para fortalecer e se subordinar aos governos e regimes políticos capitalistas em crise e evitar que nossas forças e energias de combate em cada mobilização, greve e levante abram caminho para a revolução social.

Por um 8M Por um 8M contra Trump e os capitalistas, independente do governo, para enfrentar a 6×1 e o Arcabouço Fiscal. Palestina livre já!

No Brasil nossa batalha se estende para lutar pela construção de uma oposição de esquerda ao governo de frente ampla de Lula-Alckmin que vem atacando os trabalhadores como com o Arcabouço Fiscal e a manutenção das reformas como a trabalhista, a lei de terceirização irrestrita, que joga as mulheres, em especial, no trabalha precário, terceirizado, uberizado e na escala 6×1! Lutamos pela revogação de todas as reformas e pelo fim da 6×1 com redução da jornada para 30h semanais sem redução salarial. Nas universidades, debatemos com muitos intelectuais de esquerda que colocam suas reflexões a serviço dos trabalhadores e oprimidos de alguma forma. Na UFMG a mesa Debate: 6×1 e terceirização: a precarização tem rosto de mulher contou com Marilia Duarte (Drª em Administração e pesquisadora do RedeTrama, feminista marxista), Livia de Tommasi (Professora do departamento de Sociologia da UFMG, feminista), Odete Assis (Organizadora do Livro Mulheres Negras e Marxismo e mestre pela UFNG), Flavia Valle (Fundadora do Grupo Pão e Rosas em MG e professora da Rede Estadual) e mediação de Ana, estudante de História na UFMG e militante da Faísca Revolucionária. Essa atividade foi parte do Ciclo Internacional de Debates por um Futuro Comunista que ocorreu em diversos países e, no Brasil, em diferentes universidades e regiões do país.

Confira: Por um Futuro Comunista em Natal (RN) – Justiça por Arison, Libertação Sexual e de Gênero e Marxismo

Videocast: A escala 6×1 e as ganhadeiras da greve negra de 1857

Ano passado, para o 8 de Março, lançamos a revista Ideias de Esquerda – Feminismo e Marxismo reuniu elaborações teóricas e entrevistas sobre gênero, sexualidade, marxismo, questão ambiental e mais. Contamos com Maria Helena Machado, professora da USP, na entrevista O custo da reprodução da mulher escravizada jamais foi computado na história do capitalismo. Também Giovanna Magalhães, doutoranda do Direito da USP, e Valdete Severo, professora da UFRGS, tratam do novo PL dos Aplicativos do governo, um verdadeiro PL da Uberização, e sua relação com as mulheres, fortalecendo elementos para nosso combate a essa medida de precarização do trabalho, com seu Onde estão as mulheres no PL dos Aplicativos?. Debates que enriquecem o intercâmbio teórico de ideias que queremos fomentar como Pão e Rosas.

Enquanto os capitalistas procuram descarregar a crise sobre a classe trabalhadora e as maiorias populares, além de devastar o planeta, nós apostamos na força das mulheres trabalhadoras, que fazem parte da classe majoritária que faz o mundo funcionar nas fábricas, no campo, nas escolas e nos hospitais, transportes, nas comunicações e casas. Somos a maioria que pode voltar a desencadear a luta de classes a nível internacional, enfrentar os planos de austeridade dos governos e conquistar todos os nossos direitos.

Podcast: A legalização do aborto – Maré verde na Argentina

Entendemos que as mulheres negras estão na linha de frente contra todo tipo de opressão e exploração, como contra violência policial e estatal que assassina seus filhos diariamente. Estamos lado a lado na luta por justiça por cada vida arrancada por este sistema e colocamos toda nossa militância a serviço disso.

Em São Paulo, impulsionamos um centro de cultura e socialismo, a Casa Marx, sede do Esquerda Diário e a livraria física das Edições Iskra. O espaço também recebe debates, atividades políticas e culturais. A partir da escalada da violência policial no país como em SP e RJ com os governos de extrema-direita Tarcísio de Freitas e Cláudio Castro sendo responsáveis, realizamos na Casa Marx duas atividades com mães e familiares de vítimas da violência estatal e policial exigindo justiça. Uma delas contou com a presença do rapper Eduardo Taddeo e reuniu mais de 300 pessoas.

Atividade: Casa Marx na luta por justiça!

Lutamos para colocar o movimento de mulheres na ofensiva, entrando em ação ligada a teoria revolucionária, por isso resgatamos as ideias de grandes revolucionários como Leon Trotski, Lênin, Rosa Luxemburgo, Engels e Alexandra Kollontai.

Conheça o livro inédito Rosa Luxemburgo, a águia da revolução de Diana Assunção. A pré-venda iniciou neste 8 de março. A autora do livro ministra um curso sobre “O marxismo de Rosa Luxemburgo no Campus Virtual.

Conheça o Campus Virtual uma plataforma com cursos 100% gratuitos sobre marxismo contanto com o curso “Mulheres Negras e Marxismo”, “O marxismo de Rosa Luxemburgo”, e muito mais.

“Construir o Pão e Rosas significa construir um grupo de mulheres com uma perspectiva anti-imperialista e internacionalista em defesa do povo palestino, um grupo de mulheres que vibra ao lado da luta da classe trabalhadora Argentina, um grupo de mulheres que está em todas as lutas, nos piquetes, ocupações, greves e manifestações lado a lado da classe trabalhadora e dos movimentos sociais, enfrentando-se com a polícia e a repressão para lutar pelos direitos mais elementares da nossa classe, das mulheres e de todos os setores oprimidos mas também para colocar na ordem do dia a luta pelo comunismo, para abrir espaço a uma sociedade completamente livre de toda exploração e opressão, onde efetivamente tenhamos direito ao pão e às rosas.” – Diana Assunção, dirigente do MRT, fundadora do Pão e Rosas no Brasil e autora do livro “Rosa Luxemburgo, a águia da revolução”

Convidamos todas, todes e todos a marchar neste 8M junto ao Pão e Rosas e a se organizar conosco, para seguir fortalecendo um feminismo socialista e antiimperialista em todo o mundo!

Carrinho de compras
Rolar para cima