Josefina L. Martínez
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Em 2000 foi publicado Império 1 , de Michael Hardt e Antonio Negri, um livro que gerou um intenso debate intelectual na época. Teria chegado ao fim a era do imperialismo? A “globalização” seria uma realidade irreversível e implacável que reconfigurava a totalidade capitalista? Não veríamos mais guerras entre grandes potências imperialistas nem guerras anti-imperialistas? Certamente, essas teses ganharam grande adesão, embora também houvesse quem as questionasse desde cedo 2. Vinte anos depois, os autores publicaram um ensaio na New Left Review, ajustando vários aspectos para responder aos tempos mais agitados no cenário mundial 3.
Voltar hoje a essas reflexões nos permite dimensionar tudo o que mudou desde então, além de aprofundar debates marxistas sobre o imperialismo. Algo urgente, pois ele retornou, e de forma renovada.
Do imperialismo ao Império?
Negri e Hardt argumentavam que, após múltiplos processos de “descolonização” no terceiro mundo, a queda da URSS e como consequência de uma “irresistível e irreversível globalização dos intercâmbios econômicos e culturais”, o Império estava se materializando. Este seria uma “nova ordem, uma nova lógica e estrutura de comando – em suma, uma nova forma de soberania” descentralizada e fluida.
Em contraste com o imperialismo, o Império não estabelece um centro territorial de poder nem se baseia em fronteiras fixas ou barreiras. É um aparato de comando descentralizado e desterritorializado que progressivamente incorpora todo o reino global dentro de suas fronteiras abertas e expansivas. O Império lida com identidades híbridas, hierarquias flexíveis e trocas plurais por meio de redes moduladoras de comando. Os diferentes tons do mapa imperialista do mundo se fundiram no arco-íris imperial global 4.
Os autores enxergavam, no alvorecer do século XXI, um mundo mais “uniforme”, cujas desigualdades haviam sido “suavizadas” por novos processos de diferenciação e homogeneização: “com o Primeiro Mundo no Terceiro, o Terceiro no Primeiro, e o Segundo, na verdade, em lugar nenhum”. Ao contrário de quem destacava, na época, o fortalecimento do poder geopolítico norte-americano, Negri argumentava que nem os Estados Unidos (nem qualquer outro Estado-nação) poderiam constituir o centro de um projeto imperialista:
O imperialismo acabou. Nenhuma nação será líder mundial, como foram as nações modernas europeias 5.
O Império seria uma nova soberania global, um governo sobre a totalidade do “mundo civilizado”. Sem limites para seu reinado, apresentava-se como uma ordem que “suspende a história”. Assim, a retórica neoliberal do fim da história impregnava as teses sobre a nova ordem imperial.
Negri e Hardt tinham o mérito de trazer à tona a ideia de totalidade, em oposição às teorias dominadas pela fragmentação, pelo local e pelo particular. Outro destaque era a reintrodução do debate sobre o comunismo em audiências mais amplas, embora de forma abstrata e imaterial. Os autores polemizavam com as teorias pós-modernas, propondo que a modernidade não deveria ser entendida como “um processo uniforme e homogêneo, mas como um fenômeno constituído por, pelo menos, duas tradições distintas e em conflito”.
Uma dessas tradições, iniciada no Renascimento, teria um marco revolucionário na obra de Spinoza, com “a descoberta da imanência” (os poderes deste mundo). A outra seria, na verdade, “um Termidor” marcado pela tentativa de controlar as forças utópicas da primeira, “por meio da construção e mediação de dualismos” para chegar “finalmente ao conceito de soberania moderna como uma solução provisória” 6.
Uma tese central do livro era que essa soberania moderna (Estado-nação) estava em crise e perdia terreno frente ao Império. Sob essa perspectiva, não havia razão para nostalgia em relação às formas tradicionais de soberania do Estado-nação. Se a nova ordem continha forças de destruição e opressão, também abria novas possibilidades de libertação. Afinal, se o Império só existia apoiando-se (capturando, controlando, parasitando) na força da multidão, as forças criativas dessa multidão poderiam se reorganizar para construir um contra-Império com base em um novo internacionalismo.
Limitações e críticas
As teses de Império absolutizavam elementos da realidade sem considerar suas contradições profundas. Por um lado, destacavam a potência criadora das massas na história (a multidão), capturada pelo capital e que leva à reorganização ou reestruturação do mesmo. No entanto, essa potência era superestimada, desconsiderando que múltiplas mediações sociais, políticas e culturais atuam para impedir seu pleno desenvolvimento.
Como apontava Juan Chingo:
“Afirmar que os ‘termos e a natureza da reestruturação capitalista’ foram um resultado direto dessa acumulação de lutas, sem considerar o resultado concreto desses combates, é glorificar a luta de classes em si” 7.
Isso levou a um embelezamento do período neoliberal, ignorando as derrotas infligidas ao movimento de massas para que ele emergisse. Além disso, Negri evitava questões como as mediações políticas (não apenas o Estado, mas também suas “extensões” na sociedade civil) e seu papel na contenção do movimento de massas.
Por outro lado, a transformação do imperialismo em Império era tratada unilateralmente. A crescente internacionalização do capital é inegável, assim como o papel mais autonomizado das multinacionais ou fundos financeiros no cenário global. Porém, isso não é uma dinâmica absoluta. A contradição entre uma maior internacionalização do capital e os limites dos Estados-nação continua gerando enormes crises.
Duas décadas depois
Em fevereiro de 2020, Negri e Hardt publicaram “Império, vinte anos depois” 8, avaliando as duas décadas desde a publicação de Império. Eles reconheceram que, ao lançar o livro, os processos de globalização econômica e cultural ocupavam o centro do debate, sugerindo um novo tipo de ordem mundial. Contudo, 20 anos depois, “comentaristas de todo o espectro político praticavam a autópsia” da globalização.
De fato, a realidade parecia contradizer as teses de Negri. Mesmo antes da pandemia, as múltiplas fraturas do Império surgiam em todas as frentes, agravadas pela crise econômica de 2008 e sua longa recessão. Essas fraturas eram evidentes no cenário geopolítico, com guerras catastróficas no Oriente Médio, e no aprofundamento das crises das democracias liberais, polarizações políticas, ressurgimento do racismo e do soberanismo.
Apesar disso, Negri negava que a matriz de sua tese estivesse errada. Argumentava que, assim como o capitalismo opera em crises sucessivas, o mesmo ocorreria com o Império ou as “estruturas globais”:
“Apesar das previsões, tanto esperançosas quanto angustiadas, a globalização não está morta, nem em declínio, mas simplesmente menos decifrável” 9.
Claro que, se a nova “normalidade” da ordem imperial era de “crise em toda parte”, o argumento de Negri parecia mais um artifício retórico para não reconhecer a atualização da época imperialista (uma época de guerras, crises e revoluções, tal como definida por Lenin em seu tempo). No entanto, nosso objetivo aqui não é mostrar o quanto Negri estava equivocado. Parece-nos mais interessante, em vez disso, perguntar sobre quais bases foram construídas as ilusões de uma globalização harmônica que “suspendia a história”. Isso nos permitirá observar alguns processos que são cruciais para pensar uma teoria do imperialismo hoje, que não pode ser simplesmente uma repetição da desenvolvida por Lenin, Trotsky, Luxemburg e outros marxistas no início do século XX.
Neoliberalismo, Império e desenvolvimento desigual
O pano de fundo do Império de Negri e Hardt tinha duas grandes dimensões. Por um lado, a expansão sem precedentes da esfera do capital, tanto em extensão quanto em profundidade. Por outro, o desdobramento da hegemonia norte-americana no pós-Guerra Fria, de uma forma tão incontestável por um período de tempo, que por isso mesmo parecia não ter centro.
Sobre o primeiro ponto, durante o auge neoliberal ocorreu um salto inédito na internacionalização do capital. Embora esta sempre tenha sido a tendência desde a época imperialista, agora a acumulação capitalista alcançava praticamente todos os cantos do planeta, movendo-se com a rapidez e fluidez do capital financeiro, a extensão das cadeias de valor e os processos de “deslocalização”. Nesse sentido, era certo o que apontava Negri: o capital introduziu o “primeiro mundo” no “terceiro mundo” em uma escala superior ao passado. Esses processos também moldaram uma maior interconexão global do trabalho, tanto pelo aumento dos fluxos migratórios (o “terceiro mundo” movendo-se para o “primeiro mundo”) quanto pelos processos de “arbitragem global” do trabalho (que o capital aproveita para pressionar para baixo as condições laborais da força de trabalho em todo o mundo). Além disso, a acumulação de capital colonizou esferas ou âmbitos da produção e reprodução que estavam fora de seu comando direto, por meio da privatização massiva de setores públicos ou da transformação de trabalhos reprodutivos em empregos assalariados, entre outros.
Ao contrário do que pensavam Negri e Hardt, esse desdobramento “globalizante” ou “universalizante” do capital em uma nova escala não gerou uma “uniformização” geral do mundo capitalista, muito menos uma suavização de seus contrastes, mas incrementou os processos de desenvolvimento desigual e combinado — característicos do imperialismo — sob novas formas. Processos que já estavam em gestação quando Negri e Hardt escreveram Império e que se aceleraram extraordinariamente nos anos seguintes. Poderíamos apontar inúmeros exemplos. Na América Latina, enquanto ocorreu uma crescente “ocidentalização” das sociedades (processos de assalariamento de setores rurais, urbanização, criação de novos setores médios, novos polos industriais), esses processos estiveram fortemente condicionados — e continuam sendo — pela dependência do capital financeiro, as diretrizes de organismos como o FMI e o Banco Mundial, os interesses de multinacionais, etc. Simultaneamente, consolidaram-se novas dinâmicas de endividamento, privatizações, extrativismo, reprimarização das economias, criação de novos bolsões de pobreza ao redor das cidades, precarização do emprego, etc.
Mas talvez onde essa dinâmica desigual e combinada tenha sido mais evidente foi nas regiões reintroduzidas de forma abrupta à esfera de valorização do capital, como Rússia, o Leste Europeu ou a China. A restauração capitalista introduziu transformações vertiginosas nos antigos Estados operários, profundamente deformados e degenerados por ditaduras burocráticas. De fato, talvez não haja exemplo histórico comparável de transformação tão acelerada de uma sociedade contemporânea como no caso da China. A introdução do “primeiro mundo” no “segundo” ou “terceiro mundo” não apenas provocou a aceleração de processos de acumulação capitalista enormemente desiguais em escala interna, migrações de milhões de pessoas, novos polos de industrialização, investimentos de capitais estrangeiros, etc., mas acabou projetando a China como uma nova potência capitalista emergente no cenário global, com uma dinâmica cada vez mais imperialista. Algo crucial para aprofundar a crise de hegemonia norte-americana e a desestabilização por múltiplas vias daquela ordem imperial que Negri acreditou vislumbrar 20 anos antes. Vale notar que a China quase não aparece nas páginas de Império.
Atualmente, o desafio revisionista de potências como Rússia e China evidencia a crise da ordem global “americana”. A guerra na Ucrânia, assim como a situação na Síria com a queda de Bashar Al-Assad, a guerra no Oriente Médio, as crises políticas de diferentes governos na América Latina ou no Sahel, são sobremaneira determinadas por essa dinâmica cada vez mais antagônica no cenário mundial. O retorno de Trump à Casa Branca é uma expressão da crise em curso, mas também um elemento acelerador e desestabilizador da situação. Ao mesmo tempo, podemos perguntar: em que medida suas promessas de “America First” podem ser levadas até o fim no mundo da “globalização” em crise? Sua ameaça de impor tarifas generalizadas entra em conflito com a persistência da internacionalização das cadeias de valor e os fluxos de capital, por mais que tenha havido reveses parciais. O que aconteceria com a economia mundial se Trump “cumprir” sua promessa de tarifas de 100%? Por outro lado: de que maneira as grandes multinacionais norte-americanas se beneficiariam de um plano desse tipo? Que novas confrontações surgiriam? São todos elementos de enorme incerteza.
Nesse sentido, Negri percebeu a força, de certo modo irreversível, do processo de internacionalização do capital. Ou seja, não será possível desfazer a teia e seus nós, ou pelo menos não de forma pacífica. Mas confundiu isso com a dissolução dos choques e confrontos entre Estados. Repetia assim o mesmo erro de Kautsky em 1914, ao acreditar que a “trustificação” do capital levaria a uma similar “trustificação” das relações estatais, conformando um “ultra-imperialismo”. Algo que também é sustentado por outros autores hoje, com os quais debatíamos aqui.
Mais provavelmente, tudo indica que as tendências que Negri pensava que levariam à dissolução do imperialismo no Império, na verdade estavam reforçando o primeiro, preparando novas e mais catastróficas contradições e disputas entre potências. Do período de sua “globalização” extrema surge um imperialismo reforçado ou, nos termos de Negri, um “imperialismo premiun”.
Da multidão à “classe premiun”
Em um artigo de 2020, Negri também ajustava sua definição do sujeito emancipatório que, segundo sua conhecida tese, teria dado origem ao Império: a multidão. O que ele propunha era que não “basta teorizar a multiplicidade, nem mesmo reconhecer as multiplicidades existentes, especialmente se por multiplicidade se entende simplesmente fratura e separação. Para ser politicamente eficaz é necessário organização”. Isso o leva a questionar: “como a multiplicidade pode decidir e agir politicamente?”.
Como resposta, propunha voltar ao conceito de classe, mas “uma classe concebida agora de modo diferente”, com o objetivo de explorar como a multidão “pode agir politicamente”. Esta seria uma concepção de classe “que não se refira apenas à classe trabalhadora, mas que seja em si mesma uma multiplicidade, uma formação política que realize as vantagens oferecidas pela multidão”. Observava que, embora a classe tenha se tornado multidão, esta se reconfigurou novamente em classe, mas em uma classe interseccional, uma classe “premiun” (com um valor adicional), seguindo a fórmula D-M-D’.
Nesse ponto, Negri retomava as elaborações de autores como Achille Mbembe e Christine Delphy, com os conceitos de “classe racial” e “classe sexual”, para destacar a ideia de que era necessário “captar os efeitos da submissão criada pelas relações de dominação não apenas em relação ao capital, mas também em relação à supremacia branca e ao patriarcado”.
Negri, assim, tomava nota das críticas ao conceito de multidão, um conceito “fantasmagórico”, sem corpo nem concretude. E também notava as mudanças nos processos da luta de classes. Enquanto, em Império, defendia que não haveria mais “ciclos de luta de classes” (mas sim “acontecimentos” que irrompem e não se propagam, que não são comparáveis entre si, que não compartilham nada em comum), 20 anos depois não lhe resta outra opção senão reconhecer que a luta de classes retornou. Algo evidente desde as primaveras árabes, os indignados espanhóis, a revolta chilena e as greves na França.
Nesse ponto, para Negri, a multidão torna-se classe, porque é necessária “a articulação interna dessas diferentes subjetividades – classe trabalhadora, classe racial e classe sexual – em luta”.
E apontava como crítica às teorias interseccionais:
As análises interseccionais abordam comumente a necessidade de articulação entre as subjetividades subordinadas em termos de solidariedade e coalizão. Muitas vezes, isso repete uma estratégia aditiva: a luta da classe trabalhadora, mais a luta feminista, mais a luta antirracista, mais a luta LGBTQIA+, mais… Em outras palavras, mesmo quando a análise interseccional rejeita as noções aditivas de identidade, os imaginários ativistas podem continuar sendo regidos por uma lógica aditiva. Uma falha dessa abordagem é que os laços de solidariedade são externos, quando o que se faz necessário são laços de solidariedade internos, ou seja, um modo diferente de articulação, que supere as concepções habituais de coalizão.
Qual seria esse “modo diferente de articulação” segundo Negri? Nesse ponto, ele retoma teoricamente as reflexões de Rosa Luxemburgo sobre a solidariedade expressada por setores do movimento operário alemão em relação à classe trabalhadora russa durante a revolução de 1905. Na época, a revolucionária polonesa questionava que essa solidariedade fosse considerada como um ato de exterioridade. Ela argumentava, em vez disso, que os socialistas e os trabalhadores alemães deveriam reconhecer na revolução russa “um capítulo de sua própria história social e política”.
Negri transporta o argumento para a atualidade, retomando as críticas de Keeanga-Yamahtta Taylor aos “ativistas antirracistas dos Estados Unidos que não se concentram também na dominação de classe”. Considerando que a classe trabalhadora norte-americana “é feminina, imigrante, negra, branca, latina e mais. As questões de imigração, as questões de gênero e os antirracismos são questões da classe trabalhadora”. Nesse ponto, a crítica de Negri ao limite das “políticas de coalizão” frequentes nas teorias interseccionais é certamente muito pertinente. Ao mesmo tempo, sua proposta de retornar à classe como “modo de articulação” é muito sugestiva. No entanto, se a multidão era um sujeito evasivo, incorpóreo e pouco firme para superar um estágio de mera resistência, sua proposta de nova “classe premiun” tampouco assume que essa articulação requer uma estratégia política de classe e socialista. Não fazê-lo permite que outras estratégias, as de outras classes, ocupem a cena e capturem a “potência” das massas em luta.
Christian Castillo apontou que, de um momento de primazia das teses de Negri e da “ilusão social” (como nas lutas antiglobalização ou em fenômenos como o 15M espanhol), passamos a um momento de forte ilusão política, marcado pelas teses de Ernesto Laclau sobre o populismo de esquerda 10. A realidade é que o próprio Negri (como muitas correntes provenientes do espaço autonomista) se entusiasmou em seu momento com as experiências de “articulação populista”, desde o chavismo e Evo Morales na América Latina até o Syriza e o Podemos na Europa. Experiências que, longe de desenvolver um “novo internacionalismo” ou avançar em um “êxodo” do Estado-nação e do capitalismo, atuaram como válvulas de esquerda para sua recomposição. O resultado foi a sobrevivência das democracias liberais em crise e dos fenômenos de polarização assimétrica, com direitas que endurecem seus discursos e políticas contra a classe trabalhadora, as mulheres e a juventude.
25 anos após Império, com Trump provocando com declarações sobre a anexação da Groenlândia ou do Canal do Panamá, estamos diante de um “imperialismo renovado”. A ascensão de novas extremas-direitas mostra as tentativas de captar a potência das massas de forma reacionária, perante o que a lógica do mal menor é totalmente impotente. Negri perguntava-se: “como pode a multiplicidade decidir e agir politicamente?”. A questão é como pode decidir e agir politicamente de forma independente. Ou seja, como se propõe a alcançar “a articulação de uma força social e política capaz de levar isso adiante sem deter-se nas formas de institucionalização que o Estado capitalista busca impor”. 11 Mais do que nunca, a pergunta é relevante. Contra a lógica da guerra e do saque permanente do imperialismo, é necessário construir organizações políticas arraigadas em uma estratégia socialista e internacionalista.