Revista Casa Marx

O início das deportações forçadas e os acordos entre Maduro e Trump

Milton D’León

No passado dia 31 de janeiro, a bandeira americana voltou a ser hasteada ao lado da da Venezuela no Palácio de Miraflores durante o encontro com Richard Grenell. Uma imagem que surpreendeu alguns e deixou desorientados setores da oposição. Nesta segunda-feira, dois aviões da companhia aérea venezuelana Conviasa recolheram em El Paso, Texas, os primeiros venezuelanos deportados forçadamente pelo governo de Donald Trump. Maduro classificou isso como “primeiro passo” para restabelecer as relações com os Estados Unidos. Os migrantes chegaram em dois aviões venezuelanos. Tal como havia anunciado o Departamento de Estado, a Venezuela comprometeu-se a fornecer as aeronaves para as deportações, evitando o uso de aviões militares americanos, poupando assim seus recursos. “Demos um passo favorável, positivo”, celebrou Maduro em seu programa de televisão, que transmitiu a chegada de ambos os voos. É a aceitação das ações das políticas reacionárias que Donald Trump está levando adiante com sua política de expulsar milhões de imigrantes, realizando batidas nas principais cidades dos Estados Unidos. Entre eles, mais de 600 mil venezuelanos estão no foco de Trump, com seu discurso xenófobo e racista, tratando-os como criminosos. Sob esse discurso, lança-se uma caça massiva a imigrantes, estabelecendo cotas diárias de prisões para a polícia, violando os direitos mais elementares e colocando-os em voos sem o mínimo direito à defesa, alguns até acabando na temida base militar de Guantánamo. O discurso de Maduro é cínico. No comunicado divulgado pelo Ministério da Comunicação, menciona-se que essas deportações forçadas fazem parte da retomada do Plano Volta à Pátria. Por isso, quis fazer seu espetáculo televisivo. O primeiro avião chegou pouco depois das 21h, e o segundo logo em seguida. Cada um transportava 95 venezuelanos entre 20 e 30 anos, disse Diosdado Cabello, no Aeroporto Internacional de Maiquetía. A imprensa teve acesso para cobrir a chegada, mas sem poder entrevistar os migrantes. Mas Edmundo González e María Corina Machado também concordam com as deportações forçadas de migrantes venezuelanos realizadas pelo governo de Trump, ecoando toda a política racista e xenófoba do mandatário americano. Edmundo González havia proposto a Trump que não negociasse com Maduro, chegando ao ponto de sugerir que enviasse os deportados venezuelanos para o limbo de países terceiros – também aceitando a política repressiva e criminosa de Trump de expulsões forçadas, assim como María Corina Machado. Nenhuma menção ao pleno direito de permanecer nos EUA e não sofrer os abusos dos quais estão sendo vítimas. Em uma recente entrevista no programa “7 perguntas, 7 jornalistas”, quando questionada sobre o encontro de Richard Grenell com Maduro, seguindo à risca o discurso de Trump, María Corina declarou que o enviado especial dos Estados Unidos havia imposto à Venezuela que aceitasse a chegada de “criminosos”. Exatamente como a narrativa de Trump, que trata os migrantes venezuelanos como criminosos. Como escrevemos no La Izquierda Diario, é provável que todas essas negociações estejam se direcionando para uma nova mudança na postura dos Estados Unidos, além de toda a estridente retórica das declarações de Donald Trump. Embora negociações sobre deportações forçadas em troca do alívio de sanções não sejam novidade entre os Estados Unidos e a Venezuela. Os voos de deportação já vinham ocorrendo sob o governo de Biden, mas foram suspensos em meados de dezembro, no contexto da crise política devido às eleições e às proibições de candidaturas de representantes do setor da direita liderado por María Corina Machado. Por enquanto, com a chegada da nova administração à Casa Branca, Maduro conseguiu renovar suas relações com os Estados Unidos, pelo menos no nível de negociações públicas, e no próprio palácio presidencial, Miraflores. Apesar de os Estados Unidos e muitos outros países declararem que não reconhecem o governo de Maduro, com os últimos movimentos de Trump, Maduro obteve o reconhecimento como autoridade em Miraflores, o que lhe confere um ar de “legitimidade”. Por isso, ignoraram a proposta de Edmundo González e de María Corina Machado. É necessário denunciar a política de Maduro de usar os migrantes como moeda de troca, assim como as deportações forçadas, conforme também propõem Edmundo González e María Corina em suas propostas a Trump. Trata-se de milhares de venezuelanos e venezuelanas, incluindo crianças, que, devido à miséria em que vivem na Venezuela, saíram em busca de trabalho ou de novas oportunidades de vida. Miséria da qual é responsável tanto o próprio governo venezuelano, quanto os setores da direita, como o liderado por María Corina Machado, que incentivam e apoiam as criminosas sanções do imperialismo estadunidense que caíram com força sobre o próprio povo venezuelano. Ambos são responsáveis pela migração em massa de venezuelanos nos últimos anos. Como temos escrito no La Izquierda Diario, exigimos para os imigrantes nos Estados Unidos todos os direitos de residência e trabalho. Chega de deportações e de perseguição aos migrantes, queremos plenos direitos democráticos. Os trabalhadores e migrantes venezuelanos não são peças de troca, nossas vidas têm valor. Da mesma forma, é necessário rejeitar as sanções e toda agressão ou ameaça imperialista.

No passado dia 31 de janeiro, a bandeira americana voltou a ser hasteada ao lado da da Venezuela no Palácio de Miraflores durante o encontro com Richard Grenell. Uma imagem que surpreendeu alguns e deixou desorientados setores da oposição. Nesta segunda-feira, dois aviões da companhia aérea venezuelana Conviasa recolheram em El Paso, Texas, os primeiros venezuelanos deportados forçadamente pelo governo de Donald Trump. Maduro classificou isso como “primeiro passo” para restabelecer as relações com os Estados Unidos.

Os migrantes chegaram em dois aviões venezuelanos. Tal como havia anunciado o Departamento de Estado, a Venezuela comprometeu-se a fornecer as aeronaves para as deportações, evitando o uso de aviões militares americanos, poupando assim seus recursos. “Demos um passo favorável, positivo”, celebrou Maduro em seu programa de televisão, que transmitiu a chegada de ambos os voos.

É a aceitação das ações das políticas reacionárias que Donald Trump está levando adiante com sua política de expulsar milhões de imigrantes, realizando batidas nas principais cidades dos Estados Unidos. Entre eles, mais de 600 mil venezuelanos estão no foco de Trump, com seu discurso xenófobo e racista, tratando-os como criminosos. Sob esse discurso, lança-se uma caça massiva a imigrantes, estabelecendo cotas diárias de prisões para a polícia, violando os direitos mais elementares e colocando-os em voos sem o mínimo direito à defesa, alguns até acabando na temida base militar de Guantánamo.

O discurso de Maduro é cínico. No comunicado divulgado pelo Ministério da Comunicação, menciona-se que essas deportações forçadas fazem parte da retomada do Plano Volta à Pátria. Por isso, quis fazer seu espetáculo televisivo. O primeiro avião chegou pouco depois das 21h, e o segundo logo em seguida. Cada um transportava 95 venezuelanos entre 20 e 30 anos, disse Diosdado Cabello, no Aeroporto Internacional de Maiquetía. A imprensa teve acesso para cobrir a chegada, mas sem poder entrevistar os migrantes.

Mas Edmundo González e María Corina Machado também concordam com as deportações forçadas de migrantes venezuelanos realizadas pelo governo de Trump, ecoando toda a política racista e xenófoba do mandatário americano. Edmundo González havia proposto a Trump que não negociasse com Maduro, chegando ao ponto de sugerir que enviasse os deportados venezuelanos para o limbo de países terceiros – também aceitando a política repressiva e criminosa de Trump de expulsões forçadas, assim como María Corina Machado. Nenhuma menção ao pleno direito de permanecer nos EUA e não sofrer os abusos dos quais estão sendo vítimas.

Em uma recente entrevista no programa “7 perguntas, 7 jornalistas”, quando questionada sobre o encontro de Richard Grenell com Maduro, seguindo à risca o discurso de Trump, María Corina declarou que o enviado especial dos Estados Unidos havia imposto à Venezuela que aceitasse a chegada de “criminosos”. Exatamente como a narrativa de Trump, que trata os migrantes venezuelanos como criminosos.

Como escrevemos no La Izquierda Diario, é provável que todas essas negociações estejam se direcionando para uma nova mudança na postura dos Estados Unidos, além de toda a estridente retórica das declarações de Donald Trump. Embora negociações sobre deportações forçadas em troca do alívio de sanções não sejam novidade entre os Estados Unidos e a Venezuela. Os voos de deportação já vinham ocorrendo sob o governo de Biden, mas foram suspensos em meados de dezembro, no contexto da crise política devido às eleições e às proibições de candidaturas de representantes do setor da direita liderado por María Corina Machado.

Por enquanto, com a chegada da nova administração à Casa Branca, Maduro conseguiu renovar suas relações com os Estados Unidos, pelo menos no nível de negociações públicas, e no próprio palácio presidencial, Miraflores. Apesar de os Estados Unidos e muitos outros países declararem que não reconhecem o governo de Maduro, com os últimos movimentos de Trump, Maduro obteve o reconhecimento como autoridade em Miraflores, o que lhe confere um ar de “legitimidade”. Por isso, ignoraram a proposta de Edmundo González e de María Corina Machado.

É necessário denunciar a política de Maduro de usar os migrantes como moeda de troca, assim como as deportações forçadas, conforme também propõem Edmundo González e María Corina em suas propostas a Trump. Trata-se de milhares de venezuelanos e venezuelanas, incluindo crianças, que, devido à miséria em que vivem na Venezuela, saíram em busca de trabalho ou de novas oportunidades de vida. Miséria da qual é responsável tanto o próprio governo venezuelano, quanto os setores da direita, como o liderado por María Corina Machado, que incentivam e apoiam as criminosas sanções do imperialismo estadunidense que caíram com força sobre o próprio povo venezuelano. Ambos são responsáveis pela migração em massa de venezuelanos nos últimos anos.

Como temos escrito no La Izquierda Diario, exigimos para os imigrantes nos Estados Unidos todos os direitos de residência e trabalho. Chega de deportações e de perseguição aos migrantes, queremos plenos direitos democráticos. Os trabalhadores e migrantes venezuelanos não são peças de troca, nossas vidas têm valor. Da mesma forma, é necessário rejeitar as sanções e toda agressão ou ameaça imperialista.

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